'Era meu sonho ser rainha de bateria', diz Maysa Abusada, fora do carnaval

Maysa Abusada viu seu sonho de desfilar como rainha de bateria da escola de samba carioca Unidos de Bangu escapar de suas mãos há dois dias, quando recebeu um ultimato do médico. Há seis meses
fazendo um tratamento com anti-inflamatórios e antibióticos para combater a infecção causada pelo metacrilato que ela injetou em cada nádega há sete anos, o esforço físico necessário durante o desfile poderia prejudicar a funkeira. Ela também tem próteses de 300ml de silicone em cada nádega.
"Meu médico pediu para eu não fazer esse esforço, porque eu já estava ficando muito inchada nos ensaios", conta ela, que faz acompanhamento médico duas vezes por semana e tem tomado remédios para o estômago para aguentar tomar os anti-inflamatórios.
Maysa já vinha percebendo nos ensaios que o esforço estava sendo prejudicial. "Nos últimos três ensaios que eu compareci, comecei a sentir que minha bunda ficava mais inchada e vermelha do que o normal. O médico examinou e pediu para eu não fazer um esforço maior porque poderia agravar a situação", conta ela, que não se conforma com a perda do posto na semana do carnaval: "Eu já estava melhor... Estou triste porque era um sonho, tenho bastante fã naqueles lados. Eu nunca tinha sido rainha da bateria, estava dando tudo de mim nos ensaios e acabei me prejudicando", desabafa ela.
Segundo Maysa, a escola compreendeu o problema: "Eles não ficaram chateados, até entenderam. É chato porque está muito em cima da hora. Eu comuniquei há três dias." A funkeira foi substituída por Maria Clara Chaves, de 7 anos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 12, pelo presidente da escola, Rafael Marçal. Ela será a rainha de bateria mais jovem a cruzar a Sapucaí.
'Estou fazendo tudo para não ter de tirar'
Maysa, que viu o número de shows dobrar desde que colocou silicone no bumbum, há três anos, não quer tirar o metarcril nem as próteses. "Corro o risco de ter de tirar ainda. Mas estou fazendo de tudo para não ter de raspar a substância. Vou ao hospital duas vezes por semana. Minha rotina ficou assim, me tratar", comentou ela. "O povo fala muito que meu bumbum é exagerado, mas todo mundo quer ver, apertar. O povo é curioso', diverte-se ela
"O tratamento está dando resultados até agora. Depois do carnaval vou fazer outra tomografia e vamos saber se realmente esta vermelhidão e inchaço foram causadas por esforço físico ou se é outra infecção", comentou ela.
'Todo mundo quer ver se está roxo, caindo ou com pus'
Maysa já se acostumou ao assédio do público desde que seus problemas com a substância acrílicia vieram à tona, mas evita expor o bumbum. "Não uso mais roupa curta no bumbum porque tenho vergonha. Todo mundo quer ver se está roxo, caindo ou com pus. Estou usando roupas mais tapadinhas." O tempo e a quantidade de shows também diminuiu. "Agora faço no máximo três por noite, antes chegava a fazer de cinco a seis. Eu fazia shows de uma hora, agora faço no máximo vinte minutos. Não posso ficar muito tempo em pé."
Alerta de Andressa Urach
Maysa começou a se tratar depois que viu o drama de Andressa Urach. "Fiquei com muito medo dessa situação toda, a Andressa que me alertou. Eu estava alienada dos riscos. Aí procurei o médico e comecei a me tratar", relembra ela.
O silicone no bumbum já foi motivo de término de namoro com seu empresário, Bruno Guerreiro. "Quando coloquei ele terminou comigo, disse que eu estava exagerando. Hoje em dia ele diz 'Eu avisei!', mas não tem mais tanto ciúme. Ficamos oito meses separados", conta Maysa, que agora está noiva do rapaz.
Apesar de não poder desfilar, Maysa estará na Avenida na sexta, 12. "Vou estar lá torcendo. Tenho de estar, né? Vou estar na concentração e no camaorote torcendo pela escola e passando minha energia, cantando e pulando. Só não vou poder sambar."

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