Valesca Popozuda e a polêmica das biografias: “Artista está na chuva para se molhar”

“Artista está na chuva para se molhar”. Valesca Popozuda, de 35 anos, acompanha com atenção os debates sobre a possível proibição de biografias não autorizadas. A funkeira diz sentir vontade de
estar na pele dos biografados. “Ia gostar muito, mas se for com respeito”.
Ela vê com naturalidade o interesse de fãs na vida dos artistas e não esconde a curiosidade de saber mais sobre a vida de Roberto Carlos, um de seus ídolos, artista que conseguiu na Justiça o recolhimento de sua biografia (“Roberto Carlos em Detalhes”, de Paulo César de Araújo) das livrarias, em 2007. Ele integra o Procure Saber, grupo de cantores e atores que defendem a autorização prévia para a publicação de biografias. Ao lado do rei estão nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, entre outros. A partir disso, Valesca entrou no clima de canções de alguns dos ícones da música nacional para este ensaio exclusivo.
“É proibido Proibir”
De Caetano, ela se diz fã e até canta em seus shows solo a música “Gatas extraordinárias”, composição do artista baiano. “Conhecia essa música na voz da Cássia Eller. Não sabia que era dele. Gosto de cantá-la em festas gays porque o pessoal adora, fica animado”.
Para Valesca, as biografias podem aproximar os fãs do lado não artístico de seus ídolos, o que é normal para quem está sob os holofotes. “Se é artista, está na chuva para se molhar. Se você não quer que ninguém fale da sua vida, deveria ser anônimo. Se for cantora, modelo, ou dançarina, a partir da hora que coloca o pé ali e dá a cara a tapa, não está livre de as pessoas falarem qualquer coisa sobre você. Os fãs querem saber”, diz.
“Detalhes tão pequenos...”
Apesar de proibida, a funkeira diz que tem vontade de ler a biografia de seu outro ídolo, Roberto Carlos. “Por essa polêmica toda, fiquei com vontade de ler. Em algum lugar a gente acha”, brinca ela sobre o fato de a publicação ter sido recolhida do mercado por decisão judicial. Apesar de liberal, Valesca pondera que uma biografia deve ser algo que não manche a imagem do artista. Ela diz que, se um dia fosse biografada, estaria aberta para ser consultada pelo escritor. “Não (precisa de autorização). Mas tem que ter respeito. Se tivesse alguma dúvida, poderia me ouvir numa boa”, avisa.
Por redes sociais, depois dos shows e até nas ruas, Valesca interage com seus fãs. As perguntas que lhe fazem ela diz que não vê problemas em responder, porque sabe que são informações que o público não vê na imprensa. “Eles perguntam como é meu dia a dia quando não estou trabalhando. Querem saber o que gosto de ouvir, as pessoas que admiro como artista, o que faço com meu filho, se brigo com ele... Querem saber de coisas que não passo para a mídia. Perguntam se tenho namorado. Os fãs têm curiosidade”, afirma.
Para contar um pouco de sua história, a carioca prepara o documentário Da favela para o mundo, onde narra sua vida artística e suas incursões por comunidades. “Eu vim de Irajá (Zona Norte do Rio), e onde eu morava tinha uma favela chamada Beira Rio. Faz parte da minha vida, pelo meu trabalho, pelo destino dele. A primeira vez que me apresentei foi no “Festival Emoções”, na Rocinha. Sou grata por eles”, recorda.
Valesca está na fase de gravação de imagens para o clipe de sua primeira música fora do grupo Gaiola das Popozudas. “Beijinho no ombro” é dedicada às invejosas, explica a funkeira; e parte do clipe, o primeiro da carreira da cantora, foi gravado em um castelo em estilo medieval, em Itaipava, na Região Serrana do Rio. Com vários bailarinos e até guardiões, Valesca aparece no clipe com três figurinos de rainha, mas as gravações ainda não foram finalizadas. A data para o lançamento da música com o clipe ainda não foi divulgada.
Para a nova fase a funkeira também muda aos poucos seu estilo. Ela deu adeus a roupas com pedrarias. Para ficar esbelta, deixou a musculação e partiu para o pilates, o que já diminuiu dois números do manequim e perdeu 5 kg. Mas a rotina de shows deixa Valesca sem tempo para cuidar do coração. “Está difícil namorar. Quando tenho tempo, fico com meu filho (Pablo). Ele está com 14 anos e cismou de namorar. Tenho que ficar de olho”, conta a funkeira. “Moramos só nos dois, quando viajo ele fica com minha mãe. Sempre falo com ele, me dá a maior força, não tem ciúmes, também dá opinião nas roupas”, continua.

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